Entenda como a métrica ajuda empreendedores e investidores a avaliar a viabilidade de projetos e tomar decisões financeiras mais assertivas
O payback é uma métrica que indica em quanto tempo é possível recuperar o valor investido em um projeto, empreendimento ou aplicação.
Independentemente da escolha, abrir um negócio próprio, realizar uma fusão entre empresas ou investir em ações, por exemplo, é crucial ter à disposição dados e números que sustentem a decisão de investimento.
Aqui, estamos nos referindo a um período determinado para o retorno do projeto, o que auxilia o empreendedor a determinar se vale a pena continuar e se há recursos suficientes para aguardar.
Mas você sabe como calcular o payback antes de investir seu dinheiro? Confira agora como funciona o processo.
O que é payback
O termo em si se traduz como "retorno" em inglês e é utilizado para avaliar quanto tempo leva para reaver os recursos aplicados em um projeto ou investimento específico.
Dessa forma, o payback se tornou um dos principais critérios a serem considerados na análise de investimentos empresariais. Com esse cálculo, é possível determinar o período em que o lucro acumulado iguala o valor investido inicialmente.
O resultado é apresentado em unidades de tempo, podendo ser dias, meses ou anos.
Quando alguém menciona que seu investimento se pagou em 12 meses, isso significa que esse foi o resultado obtido pelo payback.
Por essa razão, é crucial calcular esse KPI (indicador-chave de desempenho) antes de realizar qualquer investimento, visando direcionar os recursos da empresa de maneira mais eficiente e rentável.
Para que serve o payback?
O payback é uma ferramenta utilizada principalmente por empreendedores e investidores.
Os dois grupos fazem uso desse indicador para avaliar a viabilidade de um investimento com base no prazo de retorno, mas com objetivos distintos.
Para o empresário, é importante entender em quanto tempo conseguirá reaver o capital investido em um novo equipamento, na implementação de uma nova tecnologia ou na abertura de uma filial, por exemplo.
Assim, ele pode determinar se vale a pena aguardar pelo retorno e continuar com o projeto ou se levará tempo demais para recuperar os custos, o que poderia afetar seu fluxo de caixa.
Por outro lado, o investidor busca saber em quanto tempo a empresa proporcionará o retorno esperado a partir do seu aporte, ajudando-o a decidir se vale a pena investir nesse negócio ou se seria mais vantajoso procurar outra opção com um payback mais ágil.
Principais vantagens do payback
O payback apresenta diversas vantagens como uma métrica financeira. Primeiramente, trata-se de uma ferramenta simples e fácil de entender, acessível até mesmo para aqueles que não têm um conhecimento financeiro aprofundado.
Essa simplicidade também facilita a comunicação entre todas as partes envolvidas em um projeto ou investimento.
O payback também quantifica a liquidez de um investimento, revelando quanto tempo é necessário para recuperar o capital investido inicialmente. Investimentos com prazos de payback curtos são considerados mais líquidos e podem ser preferidos em situações que exigem disponibilidade imediata de caixa.
Ele ainda auxilia na avaliação do risco percebido, uma vez que um payback mais ágil pode ser interpretado como menos arriscado, atraindo assim investidores e financiadores.
Além disso, possibilita uma comparação direta entre diferentes projetos, facilitando a escolha da alternativa mais vantajosa em termos de retorno do investimento e permitindo um cálculo mais adequado do custo de oportunidade.
Como calcular o payback?
Existem dois tipos de payback: o simples e o descontado. A seguir, vamos entender as diferenças entre eles e como calcular cada um.
Payback simples
O payback simples é um conceito fácil de compreender, mas possui limitações, pois não leva em conta variáveis que podem afetar o valor do dinheiro ao longo do tempo. Para calculá-lo, basta dividir o montante do investimento pelo fluxo de caixa médio no período desejado:
Payback simples = Investimento inicial / Saldo médio do fluxo de caixa no período
Por exemplo, suponha que uma oficina mecânica esteja planejando comprar um novo equipamento no valor de R$ 150 mil.
De acordo com as estimativas do gestor, esse equipamento deverá gerar aproximadamente R$ 5 mil por mês em receita proveniente dos novos serviços a serem oferecidos, já considerando os custos de manutenção e depreciação.
Portanto, esse é o saldo médio do fluxo de caixa que usaremos na fórmula:
Payback simples = R$ 150.000,00 / R$ 5.000,00
Payback simples = 30 meses
Desse modo, a empresa levará 30 meses ou dois anos e meio para recuperar seu investimento inicial e começar a obter lucros com o novo maquinário.
Payback descontado
Enquanto o payback simples ignora o valor temporal do dinheiro, o payback descontado incorpora uma taxa de desconto aos lucros, oferecendo um panorama mais realista para o investidor. Devido à aplicação dos descontos, o prazo para recuperar o investimento será maior que no caso do payback simples.
Para calcular esse tipo de payback, é necessário entender dois novos conceitos:
Taxa mínima de atratividade (TMA): utilizada como referência para estabelecer a rentabilidade mínima esperada com o investimento. Geralmente definida pelo responsável pela análise e muitas vezes baseando-se na taxa SELIC.
Valor presente líquido (VPL): representa o valor atual do fluxo de caixa calculado a partir dos valores futuros já descontados pela TMA.
Antes de calcular o payback descontado, é preciso determinar primeiro o VPL utilizando esta fórmula:
VPL = Fluxo de caixa (FC) / (1 + TMA)¹
O resultado obtido deve ser inserido na seguinte fórmula para encontrar o payback descontado:
Payback descontado = investimento inicial / VPL
Payback x Fluxo de caixa
O cálculo do payback está diretamente relacionado ao fluxo de caixa da empresa, que diz respeito à movimentação de entradas e saídas de dinheiro. Para identificar o tempo necessário para recuperar um investimento, é crucial entender quanto esse investimento gerará em receita mensal.
Caso a empresa não monitore suas receitas e despesas com precisão a cada mês, o cálculo do payback pode acabar sendo impreciso. Muitas vezes, as previsões financeiras não se concretizam, e nesses casos é necessário descontar os valores que não foram recebidos.
Para que o cálculo seja eficaz, é fundamental elaborar uma projeção de caixa adequada, levando em conta as receitas e despesas associadas ao investimento em questão. Além disso, a gestão financeira deve estar atualizada e organizada.
Qual a diferença entre payback e ROI?
O ROI indica quanto de um investimento foi transformado em lucro. Essa métrica é frequentemente utilizada para avaliar o retorno de ações, especialmente no marketing digital. Por outro lado, o payback se concentra em determinar o tempo que levará para que o investimento realizado comece a gerar retorno.
Embora os conceitos sejam semelhantes, a principal distinção é que o ROI fornece informações sobre o retorno obtido após a realização dos investimentos, enquanto o payback oferece uma previsão sobre resultados futuros. Ademais, como esses indicadores têm finalidades diferentes, ambos podem ser empregados conforme a necessidade do momento.
Por último, vale ressaltar que calcular o payback se torna mais simples quando a empresa utiliza ferramentas que auxiliam no controle do fluxo de caixa. Sistemas como um CRM são muito valiosos, permitindo que a empresa tenha acesso rápido aos dados necessários para fazer essa análise.
Importância da calculadora solar
A calculadora solar permite que você ou sua empresa tenham uma média aproximada do ROI e payback sobre o investimento inicial da instalação do projeto fotovoltaico. Dessa forma impactando diretamente na tomada de decisão das lideranças.
Conclusão
Payback é um indicador financeiro que determina o tempo necessário para recuperar um investimento. Esse indicador é importante na análise da viabilidade, risco e liquidez de um projeto.
Entretanto, não é aconselhável utilizá-lo de forma isolada, pois apresenta algumas desvantagens; por isso, é recomendado combiná-lo com outros indicadores financeiros, como o ROI.
Para calcular esse indicador, você pode optar pelas fórmulas simples ou descontadas. Independentemente do resultado obtido, é fundamental avaliá-lo com base nos critérios definidos pela gestão.