Descubra as características de cada tipo de ação e aprenda a identificá-las no mercado
Ao começar seus investimentos, você provavelmente se deparou com siglas como PETR3 e PETR4. Esses papéis, chamados de Ticker, representam diferentes tipos de ações da mesma empresa, a Petrobras. No entanto, existe uma diferença entre esses dois papéis.
Esta pode ser uma dúvida comum entre investidores iniciantes e até mesmo experientes. Afinal, compreender o que são ações preferenciais e ordinárias é fundamental para tomar decisões informadas no mercado de capitais.
Para entender melhor, essa diferenciação ocorre devido à necessidade das empresas de atender a diferentes perfis de investidores e objetivos estratégicos. Isso permite às empresas equilibrar o controle acionário com a captação de recursos e oferecer opções que se adequam tanto aos seus interesses quanto aos dos diversos tipos de investidores no mercado de capitais.
O que são ações ordinárias e preferenciais?
As ações ordinárias (ON) e preferenciais (PN) são ativos fundamentais no mercado de capitais brasileiro. As ações ON conferem aos seus detentores o direito de voto nas assembleias da empresa, permitindo que participem ativamente das decisões importantes da companhia.
Por outro lado, as ações PN não oferecem direito a voto, mas garantem prioridade no recebimento de dividendos e no reembolso de capital em caso de dissolução da empresa.
O preço dessas ações pode variar significativamente, dependendo da empresa e das condições de mercado. Embora não haja uma regra fixa, as ações ordinárias podem, em alguns casos, ser mais caras devido ao direito de voto que conferem.
A fim de entender melhor, imagine que você é sócio de uma empresa. Com ações ordinárias, você tem voz ativa nas decisões. Já com ações preferenciais, você abre mão desse direito em troca de dividendos, ou seja, vantagens financeiras.
Como identificá-las
Para identificar ações ordinárias e preferenciais, basta observar o código de negociação na bolsa de valores. As ações ordinárias terminam com o número 3, enquanto as preferenciais costumam terminar com o número 4, 5 ou 6.
Por exemplo, PETR3 refere-se às ações ordinárias da Petrobras, ao passo que PETR4 representa as ações preferenciais da mesma empresa. Esta padronização facilita a identificação rápida do tipo de ação.
Outros tipos de ações
Algumas empresas, especialmente aquelas listadas no Novo Mercado da B3, optam por emitir apenas ações ordinárias. Essa tendência visa promover maior transparência e equidade entre os acionistas, alinhando-se com práticas mais modernas de governança corporativa.
O Novo Mercado é um segmento de listagem com regras mais rígidas, que busca oferecer um ambiente de negociação que estimule o interesse dos investidores e a valorização das companhias.
Além das ações ON e PN, o mercado brasileiro apresenta outros tipos de ações. As Units, por exemplo, são ativos compostos por mais de uma classe de valores mobiliários, geralmente uma ação ordinária e uma preferencial, negociados em conjunto.
Existem também classes especiais de ações, criadas por algumas empresas para oferecer diferentes direitos de voto, distribuição de dividendos ou restrições quanto à posse.
A tendência de unificação dos tipos de ações no mercado brasileiro visa simplificar o processo de investimento, tornando-o mais transparente e reduzindo as diferenças entre acionistas minoritários e majoritários. Um exemplo significativo dessa tendência foi a conversão das ações preferenciais da Vale (VALE5) para ordinárias (VALE3) no final de 2017, com o objetivo de reduzir a interferência estatal e facilitar a entrada da empresa no Novo Mercado da B3.
Qual a melhor opção para o investidor?
A escolha entre ações ordinárias e preferenciais depende do perfil do investidor e de seus objetivos. Se você busca participação ativa nas decisões da empresa, as ações ordinárias podem ser mais atraentes.
Por outro lado, se seu foco é a obtenção de dividendos e você não se importa em abrir mão do direito de voto, as ações preferenciais aparecem como uma opção interessante.
Antes de investir, analise cuidadosamente o histórico da empresa, sua governança corporativa e as perspectivas de mercado. Dessa forma, você estará mais preparado para fazer escolhas alinhadas com seus objetivos financeiros.
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